Por que sentimos ansiedade? Como funciona o seu mecanismo?
Por que sentimos ansiedade?
Como funciona o seu mecanismo?
Atualmente, existem menos situações que colocam a civilização em risco de extinção. O problema é que, apesar da evolução rápida da espécie humana, nem todo o nosso sistema biológico acompanhou tal ritmo. Tendemos a acreditar que precisamos confiar plenamente nas mensagens produzidas pela nossa mente para termos melhor qualidade de vida e proteção, porém, pensamentos não são fatos e, ao acreditarmos que são, isso pode impactar negativamente em nossas condutas e na qualidade do nosso sono, por exemplo.
O fato de nosso cérebro estar organizado com base em nossas emoções primitivas contribui para que tenhamos dificuldade em diferenciar o perigo real e concreto de situações hipotéticas de perigo. Ao identificarmos algo que consideramos arriscado (como sermos julgados ou rejeitados), a tendência é percebermos diferentes evidências confirmatórias de que estamos em perigo, para que possamos nos prevenir (ou neutralizar) de possíveis danos. Nosso lado racional (no neocórtex) nos auxilia na busca por evidências mais adaptativas e reais quanto às situações temidas, porém, quando se está ansioso, torna-se mais difícil realizar tal busca.
Após a detecção de situações hipotéticas de perigo, a ansiedade contribui para que consideremos o risco como algo intolerável e catastrófico. A intensidade emocional dificulta a reflexão racional na busca por respostas mais saudáveis e menos danosas.
O que uma pessoa considera perigo, para você, pode não ser. Cada um de nós possui crenças que contribuem para a definição do que se deve temer. O fato é que todos nós criamos estratégias para lidarmos com nossas preocupações. Essas estratégias têm como objetivo neutralizar, de forma comportamental, os riscos ou danos causados pela situação criada por nossa mente. Algumas condutas adotadas para alívio nem sempre possuem explicações lógicas e/ou contribuem concretamente para que não estejamos em perigo, porém, se acreditarmos que sim, a tendência é que a sensação desagradável (e muitas vezes fisiológica) que a ansiedade causa diminua.
Se a ansiedade impacta negativamente sua vida, levando-o a sofrimento significativo e dificultando sua rotina e interação social, busque ajuda profissional.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
A ansiedade, apesar de ser um sentimento inerente à condição humana, pode impactar de forma intensa e frequente a vida de muitas pessoas. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), mais de 58 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 26,8% da população brasileira foi diagnosticada com ansiedade. Deste total, 31,6% eram pessoas de 18 a 24 anos, ou seja, um terço da população que sofre de ansiedade é jovem. No ano de 2017, a OMS classificou o Brasil como o país mais ansioso do mundo. Por este motivo, precisamos falar a respeito.
O DSM V TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) classifica os transtornos ansiosos como os que se caracterizam por medo (emoção decorrente de situações relacionadas a uma ameaça real ou percebida como ameaça) e ansiedade (meio de antecipar possíveis ameaças futuras) relacionadas a reações fisiológicas provocadas pelo sistema límbico autônomo (aumento da pressão arterial, rigidez muscular, dilatação das pupilas, e outras reações decorrentes da luta ou fuga). Tais reações e sentimentos causam sofrimento e prejuízo significativo em diferentes contextos da vida e possuem causas que podem ser multifatoriais.
Em decorrência dos transtornos de ansiedade, o indivíduo pode apresentar pensamentos acelerados, ruminativos e com preocupações excessivas e, por vezes, distorcidas. Como consequência de uma mente agitada, sua inquietação física se torna evidente, percebida através da forte dificuldade em estar parado, permanecer atento a tarefas e relaxar (o que pode ocasionar dores musculares pelo corpo e dores de cabeça), por exemplo. Além disso, envolvem-se em múltiplas tarefas (que nem sempre são concluídas como gostariam), provocando cansaço físico e mental frequentes.
Existem outros sintomas comuns relacionados aos transtornos de ansiedade, que são: alterações do sono e do apetite (inclusive quanto à velocidade que se alimenta — comer rápido e sem perceber), alterações bruscas de humor com irritabilidade frequente, pensamentos intrusivos e ruminativos, sensação de falta de controle, dificuldade quanto à socialização, sensação de desconexão com o mundo. A preocupação excessiva frequente quanto ao seu futuro (e das pessoas que gosta) e o medo crônico podem acarretar problemas digestivos devido à liberação excessiva e frequente do hormônio chamado cortisol.
O tratamento indicado para transtornos de ansiedade é a psicoterapia com abordagem cognitivo-comportamental e, por vezes, medicamentoso (orientado por médicos psiquiatras). Vocês podem encontrar informações sobre a ansiedade relacionada à alimentação, bem como algumas dicas para alívio de ansiedade, em nossa revista de Maio, no Google Play e na Amazon
Alguns Transtornos de Ansiedade
De forma breve e resumida, trouxemos nesta edição alguns transtornos que estão categorizados no DSM V TR como transtornos de ansiedade:
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Pesquisas apontam que aproximadamente 7% das pessoas poderão desenvolver tal diagnóstico em algum momento de sua vida, sendo a prevalência maior em mulheres. O transtorno caracteriza-se por preocupações excessivas quanto a diferentes situações cotidianas, desde as mais simples até as mais complexas e delicadas. Pessoas que sofrem com este transtorno costumam ser impacientes, aceleradas, negativas e estão sempre correndo e apressadas. Constantemente acreditam que algo ruim acontecerá a qualquer momento, mesmo que não tenham nenhuma evidência concreta de que isso ocorrerá.
Transtorno de Pânico: Boca seca, braços dormentes, taquicardia e dores no peito, respiração acelerada, falta de ar e sensação de sufocamento são alguns dos sintomas que se caracterizam como um ataque de pânico. Um ataque de pânico pode ocorrer em qualquer diagnóstico relacionado à ansiedade e, cada ataque, tem duração média de vinte a quarenta minutos. A sensação de que estamos tendo um ataque cardíaco é intensa e causa sofrimento significativo. No transtorno de pânico, existe uma particularidade que é a principal característica do diagnóstico: medo de ter novos ataques de pânico. Quem sofre com esse transtorno, após ter seu primeiro ataque, passa a ter “medo de sentir medo”.
Fobia Social: A fobia social ou timidez patológica caracteriza-se por ansiedade intensa e persistente, relacionada a medo excessivo e constante de ser julgado e avaliado de forma negativa por outras pessoas ou ser o centro das atenções. Este diagnóstico causa forte sofrimento e impacta negativamente diferentes âmbitos da vida, uma vez que se passa a evitar situações sociais, como ambientes acadêmicos e profissionais.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Este diagnóstico caracteriza-se por forte sofrimento relacionado a pensamentos negativos intensos e persistentes, intrusivos e recorrentes e, na maioria das vezes, sem lógica aparente (OBSESSÃO). Estes pensamentos são seguidos por comportamentos repetitivos, sistemáticos e ritualizados com a finalidade de neutralizar a ansiedade.
Não perca a edição de Junho da nossa revista!
Ansiedade, transtornos alimentares e saúde mental são temas mais comuns do que imaginamos. E é por isso que, na edição de junho, estamos trazendo um artigo completo para ajudar você a entender melhor como a ansiedade funciona, por que sentimos esse incômodo, e como ele está relacionado com nossa evolução biológica. Se você quer aprender mais sobre transtornos de ansiedade, como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno de Pânico, Fobia Social, TOC e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), esta edição é para você.
Vamos abordar, também, a ligação entre a ansiedade e os transtornos alimentares mais conhecidos, como a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa, trazendo informações essenciais para a sua saúde mental e física.
🔸 O que você vai encontrar na edição de Junho:
- A importância da ansiedade na evolução humana
- Como a ansiedade pode impactar negativamente a rotina
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